PPG em Ciência e Tecnologia de Alimentos tem defesa de tese
A aluna Médelin Marques da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas (PPGCTA/UFPel), fará sua defesa de tese de doutorado no dia 29 de fevereiro. O trabalho é intitulado “Estabilização de carotenoides por nanoencapsulação”.
O estudo mostra que o uso de carotenoides em alimentos é limitado devido à sua baixa solubilidade em matrizes ricas em água, e a nanoencapsulação surge como uma alternativa para permitir a solubilização e para proteger os carotenoides contra a degradação. A orientação é do professor Leonardo Nora.
A defesa será realizada às 14h, na Sala 711 do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (DCTA/FAEM). Farão parte da banca examinadora, juntamente com o orientador, as professoras Andressa Carolina Jacques, Caroline Dellinghausen Borges, Elessandra da Rosa Zavareze e Janaína Fernandes de Medeiros Burket.
Detalhes técnicos
Em um primeiro momento, o objetivo desse estudo foi produzir através da técnica de deposição interfacial do polímero pré-formado nanocápsulas de núcleo lipídico (NNL) de uma mistura de carotenoides (β-caroteno, α-caroteno e luteína; BALNs), extraídos de fonte natural (Daucus carota L.) e NNL a partir de β-caroteno sintético (BNs), assim como caracterizar e avaliar a estabilidade física e química dessas sob armazenamento refrigerado (4 oC). Ao fim do armazenamento (100 dias) observou- se que o diâmetro médio (z-average) das BALNs e das BNs não apresentou diferença estatística em relação ao diâmetro médio inicial das mesmas, o que sugere grande estabilidade física dessas formulações. Aos 100 dias de armazenamento, o teor de β-caroteno foi de 67,62 ± 7,77 % (BALNs) e 11,69 ± 1,65 % (BNs). Essa maior retenção de β-caroteno nas BALNs e menor nas BNs deve-se provavelmente ao sinergismo que ocorre entre os carotenoides. Em um segundo estudo, sob a aplicação de calor (70 oC, 80 oC e 90 oC) e luminosidade (5 oC, 15 oC e 25 oC), foi mensurada a cinética de degradação dos carotenoides nas BALNs. Ambos tratamentos (térmico e luminoso) proporcionaram maior retenção de carotenoides nas BALNs do que no extrato etanólico (carotenoides livres), independente da temperatura aplicada e do tempo de incubação das amostras. Assim, foi possível produzir BALNs e BNs fisicamente estáveis durante o armazenamento de 100 dias (4 oC). Durante o tratamento térmico e luminoso do segundo experimento observou-se que as BALNs apresentaram maior energia de ativação e menor taxa constante (k) quando comparadas ao extrato etanólico de carotenoides (carotenoides livres).
Esses resultados indicam que a técnica de nanoencapsulação permite estabilidade alta ao β-caroteno, α-caroteno e luteína quando expostos a condições que simulam o processamento (calor) e o armazenamento (luminosidade) de alimentos.
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