Reitoria estuda medidas para retomar a normalidade das atividades na UFPel
Perante a ocupação, e bloqueio de acesso, por estudantes, dos gabinetes da Reitoria e da Vice-Reitoria e de toda uma ala do quarto andar do Campus Porto, onde funcionam também a Procuradoria Jurídica e o Setor de Convênios da UFPel, a Reitoria solicitou ao Procurador Jurídico da Universidade que estudasse quais seriam as medidas cabíveis para liberar o acesso a estas áreas e devolver a normalidade de funcionamento à Universidade.
Conforme declarou o reitor Mauro Del Pino, em entrevista coletiva à imprensa no começo da tarde desta segunda-feira (22), no Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório, a situação chegou a um limite em que a Instituição não pode mais suportar a ocupação, sob risco de inviabilizar o funcionamento da Universidade, inclusive o lançamento da licitação dos editais referentes aos projetos executivos do novo Condomínio Estudantil, o que é uma das reivindicações dos ocupantes.
Na entrevista, o reitor fez um breve histórico dos esforços da Gestão em atender as demandas na área de assistência estudantil, que são prioridade para a Administração Superior da Universidade e sobre a concepção do projeto do novo condomínio, feito em conjunto com os estudantes a partir de plano de necessidades por eles apresentado em 2013.
“Os editais da licitação dos projetos executivos estão em fase final de elaboração e a ocupação das áreas do Gabinete está impedindo esta publicação, já que os processos devem ser analisados pela Procuradoria Jurídica, agora ocupada e sem acesso dos servidores”, disse o reitor.
Mauro Del Pino considera a ocupação e bloqueio do Gabinete como uma quebra de diálogo, já que na véspera da invasão, na terça-feira à noite, ele esteve na Casa do Estudante para discutir o assunto. “Na quarta-feira fomos surpreendidos pela ocupação”, observou. Uma Comissão de Diálogo foi estabelecida pela Reitoria, que chegou a manter reuniões com os ocupantes, em momentos em que o Reitor, pela sobreposição de compromissos, não poderia conversar com os estudantes.
Na manhã desta segunda-feira o reitor se reuniu por duas vezes com os estudantes, para pedir a desocupação e mostrar os prejuízos causados pelo bloqueio aos setores, às 10h e 11h30. Durante o segundo encontro, os estudantes se mostraram irredutíveis em permitir o acesso à parte administrativa do quarto andar, reiterando que somente desocuparão o gabinete após o atendimento integral de sua pauta de reivindicações. O reitor solicitou que revissem seu posicionamento e lhe comunicassem até as 13h, o que não aconteceu.
Sobre os fatos ocorridos no fim de semana, a Reitoria esclareceu, durante a entrevista coletiva, que a orientação dada aos vigilantes é que garantissem a normalidade de funcionamento da Universidade, ou seja, os portões do campus abrem às 8h e fecham às 21h e dentro deste horário todos que entram devem ser identificados. Esta é uma praxe de segurança da instituição. Sobre possíveis agressões, o reitor disse que os fatos serão apurados. A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ediane Acunha, disse que a orientação dada aos vigilantes é que mantivessem distância corporal dos estudantes, exatamente para evitar confrontos.