UFPel orienta sobre coexistência com morcegos
A presença de morcegos no Campus Capão do Leão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) é um fenômeno natural, especialmente da espécie Tadarida brasiliensis, conhecida como morceguinho-das-casas. Localizado em uma área com muitos banhados, o campus oferece um ambiente favorável à alimentação dessas espécies insetívora.
Morcegos são espécies protegidas por lei (Lei de Proteção à Fauna e Lei de Crimes Ambientais) e, embora sejam reservatórios naturais do vírus da raiva, não representam ameaça quando não são perturbados. Em função dessa convivência, a Coordenação de Saúde e Qualidade de Vida da Pró-Reitoria de Gestão com Pessoas alerta a comunidade acadêmica para a adoção de cuidados necessários.
A professora Ana Rui, docente do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal do Instituto de Biologia da UFPel e coordenadora de uma série de pesquisas sobre as espécies, reforça que os morcegos prestam um papel fundamental na manutenção dos ecossistemas: “Eles prestam um grande serviço ecossistêmico: são dispersores de sementes, polinizadores e controladores de populações de insetos, inclusive pragas agrícolas, o que faz com que se economize milhões em agrotóxicos”, destaca.
No entanto, a docente orienta sobre os cuidados necessários: “Se encontrar algum morcego caído em plena luz do dia, não toque nem tente manuseá-lo sem estar com as mãos protegidas, pois eles podem estar infectados. Mas é importante lembrar que eles não irão atacar”, explica.
Nesse sentido, desde 2020, a UFPel adota medidas para promover uma coexistência harmônica com esses animais. Um exemplo é a construção da “Casa dos Morcegos”, estrutura inspirada nas bathouses comuns em países do hemisfério norte. Instalada em local elevado e livre de vegetação, oferece abrigo ideal: escuro, protegido, úmido e silencioso, condições que os morcegos preferem para se abrigar.
Algumas orientações importantes à comunidade acadêmica, emitidas pelo Centro de Controle de Zoonoses de Pelotas:
– Não se aproxime nem permita que animais domésticos tenham contato com morcegos;
– Evite manusear ou tentar capturar os animais;
– Como os morcegos são abundantes na região, sempre feche as aberturas das edificações ao entardecer, para evitar a sua entrada;
– Em caso de presença de morcegos, entre em contato com o setor de Vigilância Ambiental; em Pelotas, (53) 99114-0546, e no Capão do Leão, (53) 3275-1182;
– Caso um animal entre em um espaço fechado e seja absolutamente necessário retirá-lo, utilize proteção adequada nas mãos;
– No caso improvável de mordedura, lave imediatamente o local com água e sabão e procure uma unidade básica de saúde;
– Não machuque ou mate morcegos ou perturbe suas colônias, eles são protegidos por lei e essenciais para o equilíbrio ambiental.
Para mais informações sobre morcegos, acesse o perfil @morcegos.extremosul no Instagram, que traz dados de ensino, pesquisa e extensão da UFPel quanto a esses animais.
