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Dia da Criança: os pequenos que também fazem parte da UFPel

Gilciane com Ricardo no coloComo universo plural, a Universidade também é espaço para as crianças. Seja acompanhando mães e pais em aula ou outras atividades acadêmicas ou sendo impactados pelas políticas da Universidade, os pequenos fazem parte do público da instituição. Neste dia 12 de outubro, em que se celebra o Dia da Criança, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Pelotas (PRAE/UFPel) faz questão de lembrar que essa realidade precisa de atenção.

O pequeno Ricardo, de três meses, não chega a frequentar as aulas da mãe, Gilciane Jansen Recondo, mas é um assíduo visitante da UFPel. Participa de algumas atividades do curso de Geografia Licenciatura, inclusive encontros do Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais (Leur). A estudante participa desde a primeira reunião que começou a discutir a política da Instituição para mães universitárias, por entender que a Universidade é um ambiente que deve ser acolhedor também para as crianças. Para ela, que há onze anos faz parte da UFPel – como aluna de Geografia Bacharelado, especialização e mestrado em Geografia -, aos poucos cada vez mais os pequenos estão frequentando a Universidade. E, para isso, iniciativas como fraldário e cadeira de amamentação (leia mais abaixo), além da sensibilização da comunidade acadêmica, são fundamentais. “A Universidade é um espaço para todos. Essas mães estão tentando estudar e dar um futuro melhor à sua família”, pontuou.

Gustavo Silva sentado na sala da PRAEGustavo, de oito anos, já virou o “mascote da turma”. Das duas turmas: a da mãe, Giane Silva da Silva, estudante de Geografia na UFPel, e a do pai, acadêmico de Engenharia Mecânica Naval na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O garoto costuma acompanhar os pais em alguns momentos de aula e atividades curriculares e a mãe assinala: é comunicativo, responde e participa da aula. “Meus professores não se importam que ele vá. Esses dias, ele não veio e os meus colegas logo perguntaram: ‘por quê não trouxesses o teu guri?’”, conta Giane. Assim o futuro astrônomo – que ele quer ser quando crescer – vai dando seus primeiros passos dentro da universidade. “Às vezes não temos com quem deixá-lo e é uma maneira também de ser incentivado a fazer faculdade”.

Acolhimento e sensibilização
Com o objetivo de estimular a empatia, trazer reflexões e propor ações que efetivamente facilitem a vida das estudantes mães, a UFPel deu início neste ano à sua Política para Mães Universitárias. A proposta surge da necessidade de garantir a permanência de jovens que precisam conciliar as exigências da maternidade e do estudo. As propostas envolvem aspectos que vão desde infraestrutura até sensibilização da comunidade acadêmica para a questão.

A Coordenação de Políticas Estudantis (CPE) da PRAE elaborou sugestões de ações esboçadas a partir de escutas prévias ao público-alvo. Algumas dessas novidades, que já estão ocorrendo, são a prioridade na fila dos Restaurantes Universitários para mães e pais com crianças e a autorização para os pequenos nos ônibus do Transporte de Apoio da Universidade. Os requerimentos podem ser feitos na página da PRAE.

Também já foi solicitada a compra de fraldários e cadeiras de amamentação, que serão instalados nos campi da UFPel em locais indicados pelas Unidades Acadêmicas, em espaço facilmente acessado por homens e mulheres.

Embora não tenha como precisar o número de mães e pais alunos, a PRAE tem registrados 211 beneficiários do Programa Auxílio Pré-Escolar, concedido a estudantes em situação de vulnerabilidade econômica com filhos em idade entre zero e cinco anos.

O Núcleo Psicopedagógico de Apoio ao Discente da PRAE lançou nesta semana o Grupo Terapêutico “Acolhendo Mães Universitárias”, que tem a proposta de dialogar sobre os desafios de conciliar a maternidade com a vida acadêmica. As atividades começam na próxima terça, dia 15. As inscrições podem ser feitas aqui.

A servidora da CPE, Luana Padilha Corrêa, pontua que a intenção é desenvolver a postura acolhedora na Instituição, que compreenda especificidades e identifique formas de auxiliar mães e pais, seja em infraestrutura, seja dando suporte a professores e gestores acadêmicos sobre o tema.