Avaliações in loco reconhecem trabalho coordenado com cursos
As avaliações presenciais de cursos, realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), têm revelado, nos últimos anos, os resultados de uma ação conjunta entre a Administração Central da Universidade Federal de Pelotas e as coordenações de cursos de graduação: a quase totalidade dos cursos recebeu conceitos iguais ou superiores a 4, ressaltando a qualidade dos cursos da UFPel.
As visitas ou avaliações in loco, como também são conhecidas, têm o objetivo de aferir presencialmente a oferta de graduação de determinado curso. Essa atividade ocorre quando há o seu reconhecimento inicial ou quando há necessidade de renovação, caso o curso não seja contemplado pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) ou a nota atingida na prova não seja considerada satisfatória pelo Ministério da Educação.
Os cursos, nessas visitas, são avaliados, a partir de seus projetos pedagógicos, em três quesitos: organização didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura. Dessa forma, as ações tomadas visam sanar necessidades específicas constantes no projeto e que ainda se encontrem aquém das expectativas em tais áreas.
De acordo com a pró-reitora de Ensino, Maria de Fátima Cóssio, o quesito que menos desperta preocupação é o do corpo docente, visto que a contratação de professores, via concurso público, já contempla a capacitação e a qualificação necessária para os cursos, ou seja, de membros do magistério com mestrado e doutorado.
Entretanto, a pró-reitoria trabalha com a qualificação dos projetos pedagógicos, muitas vezes desatualizados ou inconsistentes com a realidade em vigência no curso. Além disso, também foi estabelecido um regramento de que não é possível alteração curricular que não esteja contemplada pelo projeto, como era possível ocorrer até então. Outra ação é que não haja mudanças enquanto não haja a integralização do currículo, ou seja, que uma turma inteira ingressante com uma nova matriz conclua o curso.
Fátima destaca que o processo de diálogo com as coordenações de curso e seus núcleos docentes estruturantes (NDE) tem despertado, ainda, o debate em torno dos currículos dos cursos, tanto no nível prático quanto no conceitual: “Está se pensando o que se deseja do curso”.
A infraestrutura foi outra frente de trabalho. De acordo com o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Otávio Peres, devido à escassez de recursos, vêm sendo abordadas ações estruturais, que beneficiem especialmente a acessibilidade, a mobilidade e o apoio administrativo e acadêmico, alguns deles que acabam beneficiando diversos cursos. Alguns exemplos são os elevadores e a Biblioteca do Campus Capão do Leão e o Restaurante Universitário do Campus Anglo.
Outro ponto são pequenas intervenções, feitas pela própria equipe da UFPel, relacionada à otimização de espaços dos cursos, como salas de professores e espaços de convivência de estudantes, esses sim que chegam diretamente ao interior dos cursos. Peres também lembra o programa de qualificação de salas de aula, que procura dotar todos os espaços didáticos com cadeiras de qualidade, projetor multimídia e ar-condicionado.
No entanto, um dos pontos mais sensíveis, que acabava baixando conceitos na área de infraestrutura, é o das bibliografias e bibliotecas, que também teve ações pontuais realizadas, segundo a coordenadora Patrícia Borba. A partir de conversas com os coordenadores, foram identificadas as bibliografias básicas faltantes, para as quais foi destinado recurso específico por meio da gestão. Outro ponto de crescimento foram as assinaturas de novas bases bibliográficas digitais, que trazem, por exemplo, normas técnicas e acervo em inglês.
Dessa forma, dos 25 cursos avaliados presencialmente nos anos de 2017 e 2018, quase a totalidade – 96% – recebeu conceitos 4 e 5 por parte dos avaliadores do Ministério da Educação, conceitos que expressam excelência acadêmica.
As avaliações foram articuladas pela equipe do Núcleo de Regulação de Cursos (NRC), da Pró-Reitoria de Gestão da Informação e Comunicação (PROGIC).