Pesquisa sobre lugares com idosos realiza encontros nos bairros
O Estudo Projetando Lugares com Idosos: Rumo às comunidades amigas do envelhecimento, projeto financiado pelo Fundo Newton e ESRC, em parceria liderada pela Universidade Heriot-Watt, de Edimburgo, no Reino Unido, e pela Universidade Federal de Pelotas, está organizando oficinas de mapeamento com a participação da comunidade idosa de cada bairro pesquisado em Pelotas, que são Centro, Fragata e Navegantes.
Os encontros ocorrerão em centros de convívio de cada bairro. O primeiro será no Navegantes, no centro de referência de Assistência Social (CRAS), na rua Dona Darci Vargas, 212, no dia 6 de novembro, das 14h às 17h. Iniciará com uma apresentação da pesquisa, pausa para café, e depois a participação dos idosos no mapeamento do bairro.
O encontro seguinte será no bairro Fragata, no salão da Comunidade Católica Jesus de Nazaré, na rua Carlos de Carvalho, 454, no dia 14 de novembro, também das 14h às 17h, com a mesma metodologia.
A pesquisa iniciou em maio de 2016 e será concluída em abril de 2019.
O que é
As populações envelhecidas no Reino Unido e no Brasil geraram novos desafios em como projetar melhores ambientes urbanos que apoiem e promovam o envolvimento social cotidiano e a vida urbana saudável para os idosos. A medida que envelhecem, as pessoas enfrentam limitações em suas capacidades físicas e cognitivas, mudanças nos arranjos de vida e perda de apoios sociais.
“Em resposta a isso, a Agenda do Envelhecimento Local tornou-se uma questão importante na redefinição de políticas para idosos. A Agenda do Envelhecimento Local postula que o ambiente preferido pelos idosos é a comunidade, onde eles podem permanecer ativos, engajados, socialmente conectados e independentes. No entanto, as cidades urbanas contemporâneas podem ser hostis aos idosos, agindo como uma barreira ao acesso a oportunidades sociais, econômicas e cívicas”, explica a mestre em Geografia Anelize Milano Cardoso, que é pesquisadora assistente no Brasil do projeto .
Ela observa que esta pesquisa reconhece que simplesmente mudar a forma construída não é suficiente para criar um ambiente mais inclusivo para o envelhecimento, pois os lugares são mais do que espaços físicos. “Ambientes viáveis são articulados através de um forte sentido de lugar, definido como os vínculos sociais, psicológicos e emocionais que as pessoas têm com seu ambiente. Um forte senso de lugar resulta do acesso a apoios para participação ativa, oportunidades para construir e sustentar redes sociais e assumir um papel significativo na comunidade”, diz.
Em contraste, ressalta a mestre em Geografia, um sentimento de deslocamento ou “falta de espaço” está associado à alienação, ao isolamento e à solidão, muitas vezes resultando em problemas adversos de saúde e bem-estar, particularmente entre os idosos vulneráveis.
Anelize frisa que, socialmente, a criação de ambientes urbanos amigáveis à idade que apoiam o sentido de lugar é parte integrante do envelhecimento bem-sucedido, garantindo que os idosos possam continuar a contribuir positivamente na velhice, atrasando a necessidade de cuidados institucionais e reduzindo os custos de saúde e assistência social.