Recital de Canto e Piano com obras de Alberto Nepomuceno será no dia 17
A Associação Amigos do Conservatório de Música, juntamente com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), promovem no dia 17 de novembro, às 20h, na Bibliotheca Pública Pelotense, um recital de obras “inéditas” de Alberto Nepomuceno. O tenor Alberto Pacheco (RJ) e o pianista Luiz Guilherme D. Goldberg (PoA/UFPel) interpretarão obras francesas, alemãs e brasileiras. O evento tem entrada franca e conta com o apoio da Bibliotheca Pública Pelotense.
Antes disso, no dia 16, haverá uma palestra sobre “Canções nos Periódicos da Biblioteca Nacional”, às 14h, no Casarão 8 da Praça Coronel Pedro Osório.
Sobre o compositor
Alberto Nepomuceno (Fortaleza, 6 de julho de 1864 — Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1920) foi um compositor, pianista, organista e regente brasileiro.
Considerado o “pai” do nacionalismo na música erudita brasileira, deixou inacabada a ópera O Garatuja, baseada na obra de mesmo nome de José de Alencar. Escreveu duas óperas completas, Artemis e Abul, ambas sem temática nacionalista. Pesquisas recentes mostram que Nepomuceno compôs obras de caráter modernista, chegando a experimentar com a politonalidade nas Variações para piano, opus 29.
É o patrono da cadeira de número 30 da Academia Brasileira de Música.
Viajou para a Europa na companhia de seus grandes amigos, os irmãos Henrique e Rodolfo Bernardelli, em agosto de 1888, com o objetivo de ampliar sua formação musical. Em Roma, matriculou-se no Liceo Musicale Santa Cecilia, na classe de Harmonia, de Eugenio Terziani, e na de piano, de Giovanni Sgambati; depois, com a morte de Terziani, prosseguiu os estudos com Cesare De Sanctis.
Em 1890 partiu para Berlim, onde aperfeiçoou seu domínio da língua alemã e ingressou na Academia Meister Schulle, tornando-se aluno de composição de Heinrich von Herzogenberg, grande amigo de Brahms. Durante suas férias, chegou a assistir em Viena a concertos de Brahms e de Hans von Bülow. Transferiu-se depois para o Conservatório Stern de Berlim, onde, durante dois anos, cursou as aulas de composição e órgão com o professor Arnó Kleffel, e de piano, com H. Ehrlich.
Nepomuceno estudou também com o famoso Theodor Lechetitzky, em cuja sala de aula teve como colega a pianista norueguesa Walborg Bang, com quem se casou em 1893. Ela era aluna de Edvard Grieg, o mais importante compositor norueguês da época, representante máximo do nacionalismo romântico. Após seu casamento, foi morar na casa de Grieg em Bergen. Esta amizade foi fundamental para que Nepomuceno elaborasse um ideal nacionalista e, sobretudo, se definisse por uma obra atenta à riqueza cultural brasileira. Após realizar as provas finais do Conservatório Stern (1894), regendo a Filarmônica de Berlim com duas obras suas (Scherzo für grosses Orcherter e Suíte Antiga), inscreveu-se na Schola Cantorum, em Paris, a fim de aprimorar-se nos estudos de órgão com o professor Alexandre Guilmant. Nessa época, conheceu Camille Saint-Saëns, Charles Bordes,Vincent D’Indy e outros. Assistiu à estréia mundial de Prélude à l’après-midi d’un faune, de Claude Debussy, obra que Nepomuceno foi o primeiro a apresentar no Brasil, em 1908, nas festas do Centenário da Abertura dos Portos. A convite de Charles Chabault, catedrático de grego na Sorbonne, escreveu a música incidental para a tragédia Electra.
Em 1900 marcou uma entrevista com o diretor da Ópera de Viena, Gustav Mahler, para negociar a apresentação de sua ópera Ártemis; porém, adoeceu gravemente, indo se recuperar em Bergen, na casa de seu amigo Edvard Grieg.
Serviço
O que: Recital de Canto e Piano
Quando: 17 de novembro, às 20h
Onde: Bibliotheca Pública Pelotense
Quanto: Entrada Franca