Palestra sobre ética e interesse público abre Encontro de Desenvolvimento de Servidores
Professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Hélder Molina foi o responsável pela primeira atividade do 2* Encontro de Desenvolvimento de Servidores da UFPel. A partir da temática “Estado, trabalho, direitos sociais e ética no Serviço Público: trabalhamos para quem?”, o convidado traçou paralelos entre a ética, a política e o interesse público, como temas com uma raiz comum, e a sua relação com o contexto atual dos servidores.
O docente da UERJ renunciou ao microfone para realizar uma palestra mais próxima aos participantes do evento. Ele baseou sua fala nos conceitos etimológicos do termo ética, buscando na raiz grega ethos o sentido daquilo que é definido como aquele conjunto de normas e valores das relações sociais. Ele frisou que, já na Grécia antiga, essa visão a incluía como uma prática pautada pela busca do bem da comunidade, chamada pólis, palavra que deu origem ao termo “política”.
Essa seria a grande ligação, segundo Molina, entre a ética e a política, no sentido de fazer o bem comum, servir os interesses da comunidade. No entanto, o professor diz que é possível constatar uma ética particular, se assim pudesse ser chamada, onde o que menos se faz é o exercício da ética para o interesse público.
Dessa forma, o palestrante afirmou que o papel da universidade é desenvolver políticas para a sociedade, em seus diferentes estratos, pois não há como falar que ela é uma coisa só. Para o docente, há no Brasil um fenômeno de cidadania negada: a partir do momento em que cidadania é o exercício do direito, quem é incapaz de exercê-la, sofre de uma forma de violência. “Incluir no consumo não é incluir na cidadania”, pontuou Molina.
“Nós, trabalhadores do serviço público, não somos servos ou empregados do reitor ou da presidente. O serviço público é um exercício do trabalho para todo o resto da população”, finalizou.
Após a exposição inicial do professor Molina, foi aberto espaço para comentários e perguntas. A partir de comentários dos presentes, ele destacou que a a verdadeira forma de transformação da sociedade é a partir da reflexão e da luta, que gera novas praticas, leis e o cumprimento destas: “A mudança é fruto do conflito”.
As atividades do dia foram encerradas com um momento de confraternização.