Projeto da Escola Família Agrícola é apresentado ao reitor

Ciceroneado pela professora da Faculdade de Educação da UFPel Vânia Thies, realizou visita ao reitor Mauro Del Pino o grupo de lideranças que pretende instalar na região a primeira unidade da Escola Família Agrícola (EFA), iniciativa que tem tido sucesso em diversos locais em relação à promoção da educação no campo e da permanência dos jovens no meio rural.

A implantação da EFA Sul é fruto do diálogo entre diversas entidades ligadas ao setor rural, tais como o Fórum da Agricultura Familiar, a Embrapa, a Emater, diversas cooperativas de agricultores, a União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (Unaic), entre outras.

Em sua apresentação do projeto, a professora Vânia, que representa a UFPel no grupo, chamou a iniciativa de utopia viável e definiu o projeto como a escola que sempre se sonhou para o campo, ao unir o conhecimento científico aos saberes empíricos dos trabalhadores. Para tanto, foi escolhida a pedagogia da alternância como metodologia de ensino-aprendizagem: os estudantes passam uma semana na escola e outra nas propriedades aplicando os conhecimentos, sob supervisão de tutores. A ideia, segundo a docente, é que essa ação possa trazer alternativas aos jovens, além da saída da casa da família e a migração para os centros urbanos. Já há, no Brasil, quase 150 dessas escolas, sendo três delas no Rio Grande do Sul – em Santa Cruz do Sul, Vale do Sol e Caxias do Sul.

A escola será instalada, após estudos e negociações, na localidade de Glória, em Canguçu, município conhecido pela forte presença da agricultura familiar e das pequenas propriedades. A primeira turma ingressará ainda em 2016 e contará com 30 vagas. A formação será em Ensino Médio e Técnico em Agroecologia. Enquanto a escola não receber o credenciamento da Secretaria Estadual de Educação, a certificação será feita pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF-Sul), também parceiro da entidade. Apesar de ser sediada em tal município, serão aceitos alunos de toda a região.

Para o presidente da mantenedora da EFA Sul, Cléo Ferreira, uma das metas da iniciativa é trabalhar a autonomia do agricultor e incentivar a permanência no ambiente rural: “Nossa escola convencional realiza uma formação que a cada dia distancia o estudante da realidade do campo”. A coordenadora pedagógica Patrícia explica que o índice de estudantes que ficam no ambiente rural após freqüentar uma EFA pode chegar a 80%.

Del Pino considerou o movimento elogiável, especialmente pelo interesse existente dentro da Universidade em pensar a educação no campo, tanto em linhas de pesquisa, quanto na própria oferta existente de cursos de educação a distância com o tema. O reitor colocou a UFPel a disposição como parceira da EFA e sugeriu a elaboração de projetos, especialmente de extensão, para poder ajudar mais diretamente a escola.