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Museu das Coisas Banais inspira ação em escola catarinense

fotos Museufoto 3Propondo preservar as mais diferentes lembranças, o Museu das Coisas Banais (MCB), projeto da Universidade Federal de Pelotas, possui um acervo digital onde, em formato de fotografia e narrativas, guarda diversas histórias. Trabalhando com a interdisciplinaridade, e por estar no ambiente virtual, o Museu possui diferentes alcances, que podem gerar novas ações. Recentemente a professora Clara Aniele Schley, que leciona na Escola Básica Municipal Maria da Graça dos Santos Salai, na cidade de Indaial, Santa Catarina, enviou um relato ao projeto, destacando o trabalho realizado e contando sobre como o Museu inspirou uma ação realizada em sua escola.

Levando aos alunos do 8° ano obras de grandes artistas, que estão expostas em museus, como o pintor Pablo Picasso, a professora abriu espaço para que os estudantes fizessem questionamentos. Foi então que um dos adolescentes ao perguntar “As obras desses artistas ficam no museu?” gerou uma nova ação e deu início ao projeto “A imagem que tenho do museu”. Tendo já conhecimento da exposição dos objetos [nada banais] da Infância, que o MCB realizou na Escola Municipal Joaquim Assunção e na Escola Santa Mônica aqui em Pelotas, envolvendo 38 crianças e seus universos e objetos particulares, Clara resolveu iniciar uma ação dinâmica que tem como objetivo trazer para o universo dos estudantes estes questionamentos e reflexões a respeito do universo cultural.

De forma a construir os próximos passos do projeto em grupo e de acordo com base naquilo que os alunos trazem, a professora salienta o quanto a iniciativa é importante para a construção do ambiente escolar. “Um projeto assim vejo como um desafio, mas ao mesmo tempo você começa por meio das ações, gestos, curiosidades dos alunos a tornar as aulas um laboratório de troca de saberes e de formação cultural”.

O mu [seu] que aproxima

Clara destaca que os momentos dos alunos no projeto proporcionaram conhecimento, resgate da infância e aprendizagem. Através dos relatos, troca de saberes foram estabelecidos através das narrativas carregadas de emoção, contendo sentimentos como a saudade de momentos e pessoas. Posteriormente a estes relatos, os alunos puderam registrar um objeto afetivo de sua caixa de lembranças no site do Museu das Coisas Banais, compreendendo que compartilhar suas memórias com outras pessoas pode sim despertar um museu que está vivo dentro de cada um. A professora acrescenta ainda que os alunos que participaram do projeto contam que ao longo do processo perceberam as mudanças e evoluções que tiveram através das atividades realizadas.

Juliane Serres, coordenadora do Museu das Coisas Banais, conta que ter recebido o feedback da professora, sendo o Museu um projeto de pesquisa da UFPel, foi muito importante. “Sabemos que um museu no ciberespaço como o MCB tem um grande potencial de público, mas muitas vezes não chegamos a saber seu real alcance. Pelo relato da professora as crianças ficaram fascinadas em saber que seus objeto podiam ir para um museu, o que mostra a importância do papel da professora como ponte entre a gente e a Escola”.

Rafael Chaves, aluno do curso de Museologia e integrante do MCB conta que iniciativas como estas são o reflexo do trabalho desenvolvido. Além disto, o estudante, que tem representado o Museu em eventos, apresentando e discutindo sobre o trabalho desenvolvido, destaca a importância de levar este novo olhar sobre o museu adiante. “Representar o Museu das Coisas Banais vejo como uma escola, e tenho visto muito nos eventos a aceitação e de que as possibilidades de um  museu virtual pode gerir, como coleta participativa de acervo, comunicação, e interatividade, além de ações educativas”.

A professora termina o relato enfatizando que o museu é um lugar de aprendizagem, e a escola pode se tornar uma ponte para que os saberes artísticos e culturais façam parte da constituição do sujeito. Salienta ainda que o Museu das Coisas Banais, por ser virtual, proporciona isso e muito mais, o aprender sempre por meio de seu acervo dinâmico e cheio de histórias.

Quem deseja conhecer e acompanhar os relatos enviados para o acervo digital basta acessar o site https://wp.ufpel.edu.br/museudascoisasbanais/ .

Publicado em 16/11/2015, na categoria Notícias.