Fórum discute Ações Afirmativas nas Universidades

Até a quarta-feira (11), representantes de universidades de toda a Região Sul do Brasil discutem, na Universidade Federal de Pelotas, políticas de Ações Afirmativas nestas instituições. O 2º Fórum de Ações Afirmativas se realiza no Lyceu e tem a presença do secretário nacional das Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Cidadania, Ronaldo Crispim Sena Barros. O Fórum é um espaço de diálogo entre as gestões das universidades e é realizado um ano em cada instituição. O primeiro ocorreu em 2014 na UFSC.

O evento é construído coletivamente e teve a UFPel escolhida como local por ser uma Universidade que vem consolidando as ações afirmativas e pela forte presença negra no município. Hoje, 50 por cento das vagas da Universidade são para ações afirmativas e neste ano a Universidade instituiu um processo seletivo específico para quilombolas e indígenas.

Segundo uma das organizadoras, Georgina Nunes, o Fórum está pensando aspectos para além do acesso e permanência, monitoramento e avaliação. O espaço de discussão é uma forma, também, de potencializar o entendimento do esforço coletivo para essas conquistas.

O evento começou na tarde desta segunda-feira (9), com um passeio pelo Centro Histórico de Pelotas e as charqueadas – uma maneira de registrar o papel do negro na construção da cidade e evidenciar a necessidade de ações reparativas. O passeio incluiu também uma visita à Biblioteca Negra do Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo.

A abertura do Fórum, na noite desta segunda, esteve a cargo do secretário Ronaldo Barros, que falou sobre Permanência, Monitoramento e Avaliação.

As mesas de discussão reúnem gestores de universidades e institutos federais e trabalham as especificidades da Lei 12.711, que dispõe sobre as cotas. Pelas manhãs, grupos de trabalho estão se reunindo. Apesar de ser direcionado aos gestores das instituições, o Fórum reservou vagas para estudantes, pesquisadores e movimentos sociais.

No ato de abertura, a pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPel, Ediane Acunha, lembrou o primeiro Fórum em Santa Catarina e sua missão de fortalecer o diálogo e construir a continuação do trabalho.

O significado do evento, de ser um fórum de avaliação e de implantação das ações afirmativas no Brasil, foi ressaltado pelo professor da UFSC Marcelo Tragtenberg, idealizador do encontro. “Discutiremos como avançar nas ações na Região Sul e definiremos sugestões de modelos de avaliação ao MEC”, registrou.

Ao dizer-se muito satisfeito com as presenças de todos, o reitor da UFPel, Mauro Del Pino, saudou os participantes do Fórum. “Devemos avançar na construção das políticas, para mudar a realidade. Este será um ótimo espaço para troca de experiências entre as universidades”, disse. Ele lembrou a política de cotas na UFPel e mais recentemente a oferta de vagas exclusivas para indígenas e quilombolas.

Antes do começo do Fórum, o secretário Ronaldo Barros, conduzido pelo coordenador de Ações Afirmativas e Políticas Estudantis da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFPel, Rogério Rosa, fez uma visita de cortesia à Reitoria da Universidade, no Campus Anglo. Ele foi recebido pelo reitor e pela pró-reitora de Assuntos Estudantis. Barros conversou com os gestores da UFPel sobre o trabalho da Secretaria Nacional das Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Cidadania e foi informado sobre as ações na área na Universidade, como as cotas e vagas para indígenas e quilombolas.