Revista alemã publica artigo de docente da UFPel
A revista Angewandte Chemie (Química Aplicada), publicada pela Gesellschaft Deutscher Chemiker (Sociedade Alemã de Química) e conhecida pelos especialistas da área simplesmente como Angewandte, publicou recentemente na sua página a versão on-line de um artigo de autoria do professor Wilhelm Martin Wallau, docente da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Neste ensaio se investiga as diversas facetas da famosa lenda dos “Comedores de Arsênico da Estíria”. Conforme este “boato científico”, que surgiu no meio do século XIX nas revistas científicas e populares, habitantes desta província do Império Austro-Húngaro tinham supostamente se acostumado a ingerir, sem apresentar qualquer sintoma de envenenamento, quantidades, consideradas letais para pessoas comuns, de arsênico (As2O3), um dos mais fortes venenos conhecidos nesta época.
O artigo é intitulado Das Phänomen der steirischen Arsenikesser aus literarischer, chemisch-toxikologischer und wissenschaftshistorischer Sicht – “Strong Poison” oder “Milchmädchenrechnung” (O fenômeno dos comedores de arsênico da Estíria do ponto de vista da literatura, química, toxicologia e história da ciência – “Veneno forte” ou “Conclusão Ingênua”). O artigo revela que esse mito, que está sendo citado em revistas científicas e livros nas áreas de medicina e química até os dias atuais e que se tornou nos últimos 150 anos quase um “dogma” da ciência, se baseia somente em uma interpretação errada de observações de casos isolados e boatos infundados – ou seja, é nada mais que o resultado de “má ciência”.
O fato de uma publicação na revista com um dos maiores Fatores de Impacto (11,261) da área da Química reflete o alto nível acadêmico e científico do corpo docente da UFPel. A versão em inglês do artigo pode ser acessada neste link.