Unidade Mista de Pesquisa UFPel/Embrapa começa a se tornar realidade
O grupo de trabalho encarregado de construir os princípios norteadores da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umip), entre a Embrapa Clima Temperado e a UFPel, apresentou nesta segunda-feira(15) o resultado dos encontros realizados até agora entre as duas instituições. A sistematização da proposta foi apresentada pelo representante da comissão, Jair Costa Nachtigal, em reunião realizada no gabinete da Reitoria da UFPel, da qual participaram o reitor Mauro Del Pino e o chefe geral da Embrapa, Clenio Pilon, além da vice-reitora, Denise Gigante, do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPel, Luciano Agostini, e dos membros do grupo de trabalho.
Entre os aspectos apresentados está a necessidade de convergência entre as áreas de pesquisa e a definição de uma estratégia de trabalho igualmente convergente. Foram definidos o objeto da parceria, os objetivos, os temas prioritários e as primeiras ações. Será buscada a aproximação de competências e expertises das duas instituições, bem como a utilização compartilhada da infraestrutura disponível, no sentido de propor soluções para o atendimento das demandas regionais.
Foram definidos como prioritários o fortalecimento de atividades visando a segurança alimentar e a produção de alimentos seguros, o desenvolvimento integrado das pesquisas relacionadas ao manejo integrado de pragas, a proteção do solo e o desenvolvimento sustentável e o estímulo ao desenvolvimento de arranjos produtivos locais.
As ações preveem a realização conjunta de eventos técnico-científicos, a capacitação e formação de recursos humanos em áreas estratégicas, a realização de oficinas voltadas à área de pós-graduação, entre outras.
Entre as demais proposições estão a criação de grupos de trabalho misto para definição e priorização de metas e execução das atividades previstas; o mapeamento de laboratórios, áreas experimentais, equipamentos e competências a serem compartilhados; a melhoria das estratégias de comunicação entre as instituições participantes; e tratativas para obtenção de recursos financeiros, via lançamento de editais conjuntos.
Segundo o pró-reitor, Luciano Agostini, há uma base clara para a obtenção de resultados mais expressivos a partir da interação entre a UFPel e a Embrapa. Ele reforça a ideia de participação em editais conjuntos, bem como a obtenção de recursos através de emendas parlamentares ou via ministérios.
Em seu pronunciamento, o reitor Mauro Del Pino parabenizou o grupo pela sistematização das propostas e ressaltou a importância de que a Umip comece a responder às demandas existentes, incrementando a produção de tecnologia, conhecimento e inovação. “Nossa parceria será legitimada com os primeiros resultados e é nosso papel buscar as alternativas”, observou.
De sua parte, o chefe geral da Embrapa CT, Clenio Pilon, considerou uma evolução o projeto apresentado. Ele considera essencial que se avance em áreas que já revelam a interação entre as duas instituições e disse que a Umip deverá trabalhar na fronteira do conhecimento, causando impacto junto à sociedade. “Avanço no conhecimento, soluções tecnológicas mais eficientes e formação profissional – os planos de trabalho devem contemplar esses três componentes”, apregoou. Segundo ele, a expectativa é pela construção de uma nova modelagem de parceria: “Temos potencialidades de conhecimentos e infraestrutura que abrem múltiplas possibilidades de compartilhamento”, justificou.
A ideia de criação da Unidade Mista de Pesquisa de Pesquisa e Inovação Embrapa/UFPel nasceu em meados de 2014 e foi lançada oficialmente e workshop realizado no mês de julho, na Faem/UFPel, no qual foi apresentada a experiência exitosa da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas (UMIP Genclima), na Unicamp/SP, que, no entanto, será adaptada à realidade e objetivos locais.
Entre as prováveis áreas abrangidas neste arranjo interinstitucional poderão figurar o uso eficiente de recursos naturais e nutrientes, o desenvolvimento de novos insumos agrícolas, o fortalecimento do manejo integrado de pragas e da agroecologia, a química de produtos naturais e de biomassa e a produção e valorização de energias renováveis, entre outras.