Docente da Veterinária modera debate em evento nacional
A indústria de saúde animal vem crescendo em ritmo acelerado no Brasil. Somente nos últimos cinco anos, o segmento cresceu entre 4% e 10%. Apesar disso, o setor ainda é desconhecido por boa parte das empresas farmacêuticas de saúde humana no País. Por isso, o 8º Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos (ENIFarMed) que se realizará em São Paulo, nos dias 8 e 9 de setembro, vai contar com uma sessão inédita para apresentar as oportunidades e tendências do setor veterinário. O debate contará com a presença do professor Rubens Alves Pereira, pesquisador em Inovação Farmacêutica Veterinária do NUPEEC/UFPel, que será o moderador da sessão. Em entrevista, ele conta que as expectativas de crescimento do segmento de animais de estimação no País estão acima da média mundial, o que têm atraído o interesse de diversas empresas. “O Brasil é um dos maiores mercados veterinários do mundo. Apesar do segmento de bovinos ter grande representatividade no mercado brasileiro, o segmento pet tem crescido consideravelmente, pois o País tem uma das maiores populações de animais de estimação do mundo”, explica.
O pesquisador também destaca que o setor oferece facilidades para as empresas de saúde humana interessadas em investir na área. A semelhança entre as atividades facilita o processo de montagem da infraestrutura de produção, além de possibilitar a ampliação do portfólio das indústrias. “A elaboração de medicamentos, tanto para o consumo humano como animal, caracteriza a complementaridade do setor veterinário em relação ao farmacêutico tradicional, o que facilita a diluição dos elevados custos de pesquisa e desenvolvimento e a diversificação de suas atividades, aumentando a competitividade das operações”, conta. No entanto, Pereira alerta que apesar das boas perspectivas de crescimento, o mercado veterinário enfrenta as mesmas dificuldades do setor industrial brasileiro para inovar, principalmente com relação à formação de parcerias entre indústria e academia. “O mesmo problema é encontrado pelas universidades e outros segmentos de desenvolvimento de inovação, os quais enfrentam barreiras de todas as espécies no que diz respeito à inovação cooperada, sejam estes entraves inerentes a questões burocráticas ou mesmo técnicas”, analisa.
Para saber mais sobre o assunto leia o artigo “Perspectivas da inovação farmacêutica veterinária”, de Rubens Alves Pereira.