Professora da UFPel integra a Academia Brasileira de Ciências
A professora Vanessa Galli, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), integra o grupo de pesquisadores eleitos como membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A categoria inclui jovens pesquisadores de excelência das seis regiões definidas pela ABC, indicados e eleitos por membros titulares. Vanessa foi eleita na Regional Sul, junto a outros quatro cientistas, e terá um mandato de cinco anos.
Doutora em Biologia Celular e Molecular, Vanessa realizou pós-doutorado na UFPel, onde hoje é professora adjunta. Suas pesquisas envolvem análises de genômica, transcriptômica, metabolômica e bioinformática, visando estudar a resposta de plantas a estresses bióticos e abióticos e o processo de maturação de frutos. Dedica-se à busca por alvos gênicos para edição genômica para o desenvolvimento de plantas biofortificadas e resistentes a estresses, e por estratégias sustentáveis de controle de doenças em plantas.
Para a pesquisadora, receber essa distinção da Academia Brasileira de Ciências, órgão máximo de reconhecimento científico do país, é uma honra. “Representa o reconhecimento de que, mesmo com a ciência sofrendo por escassos recursos e negacionismo no país, estamos seguindo no caminho certo, e a área de biotecnologia vegetal está se consolidando na UFPel”, comemora.
Ela credita a conquista ao Grupo de Pesquisa em Genômica Vegetal da UFPel, que envolve estudantes de graduação, pós-graduação e colegas pesquisadores que, destaca, vêm trabalhando em equipe e com esforço em prol da ciência. Segundo a professora, esse grupo vem utilizando análises de genômica, transcriptômica, metabolômica, bioinformática e inteligência artificial para identificar alvos gênicos relacionados à resposta vegetal a estresses abióticos, a estresses bióticos, e ao processo de maturação de frutos. O objetivo é utilizar da tecnologia de edição genômica para desenvolver plantas mais resistentes a esses estresses, e da tecnologia de RNA interferente para desenvolver produtos alternativos aos agroquímicos atuais, visando uma agricultura mais produtiva e sustentável, com frutos que apresentem maior tempo de prateleira e que sejam biofortificados, promovendo assim benefícios à saúde humana.
Para ela, receber esse reconhecimento é um estímulo ao Grupo de Pesquisa e uma possibilidade de difundir o conhecimento sobre os impactos das mudanças climáticas na agricultura e o potencial da biologia celular e molecular, fisiologia vegetal, ciência e tecnologia de alimentos e biotecnologia em buscar alternativas para minimizar esses impactos, promovendo benefícios à sociedade. “Este título permitirá a visibilidade necessária para avançar nestes objetivos enquanto pesquisadora e docente, além de estimular meus alunos a seguirem a carreira na pesquisa”, afirma. Segundo ela, estar na ABC na área de Ciências Agrárias é também uma oportunidade de ampliar a interação com pesquisadores que são referências na ciência brasileira e que admira. “Sinto-me privilegiada por ter sido escolhida para integrar a ABC”.
Os membros afiliados eleitos terão suas cerimônias de diplomação associadas a simpósios científicos em cada região. Na região Sul, deverá ocorrer em outubro.
A ABC
A Academia Brasileira de Ciências (ABC), fundada em 1916, é uma entidade independente, não governamental e sem fins lucrativos, que atua como sociedade científica honorífica e contribui para o estudo de temas de primeira importância para a sociedade, visando dar subsídios científicos para a formulação de políticas públicas. Seu foco é o desenvolvimento científico, educacional e do bem estar social do país, além da interação entre os cientistas brasileiros e destes com pesquisadores de outras nações.
A ABC recebe contribuições de seus membros individuais e corporativos e apoio financeiro de agências governamentais. Com um quadro atual de mais de 900 membros no total, a Academia Brasileira de Ciências é uma das mais antigas associações de cientistas no país e reconhecidamente a mais prestigiosa dessas entidades.
