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Webinário lança série sobre saúde materna da Lancet com participação de autores da UFPel

Os resultados mais recentes da pesquisa mundial em saúde materna durante a gravidez e o pós-parto são o tema do webinário de lançamento da nova série de quatro artigos das revistas The Lancet Global Health e EClinical Medicine, produzida com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O seminário virtual, aberto ao público, será realizado nesta sexta-feira (07), das 7h30min às 10h, pela plataforma Zoom. As inscrições podem ser feitas gratuitamente através deste link.

Especialistas da área irão partilhar pesquisas que exploram a influência das interações humanas com o meio-ambiente sobre as condições de saúde materna. As abordagens irão incluir a complexa relação entre estruturas socioculturais, políticas e econômicas e os determinantes sociais que afetam a vulnerabilidade física e mental das mulheres durante a gravidez, o parto e o puerpério.

Um dos papers da série tem a autoria dos pesquisadores Aluisio Jardim Dornellas Barros e Luisa Arroyave, do Centro Internacional de Equidade em Saúde (ICEH, na sigla em inglês), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel. No artigo “Towards a better tomorrow: Addressing intersectional gender power relations in maternal health”, os autores descrevem como o uso de uma abordagem de interseccionalidade na saúde materna pode esclarecer como o poder e o privilégio (e, inversamente, a opressão e a exclusão) se entrecruzam e impulsionam as desigualdades.

Para ilustrar a análise, os pesquisadores utilizaram dados de inquéritos nacionais de saúde para explorar a qualidade da atenção pré-natal recebida pelas mulheres na América Latina e no Caribe, medida através de um indicador inovador de qualidade da atenção pré-natal (ANCq) desenvolvido por Arroyave e colegas, considerando diferentes etnias e status socioeconômico de privação (a partir de parâmetros multidimensionais para medir a pobreza).

Os resultados mostraram que os grupos mais vulneráveis têm uma proporção menor de mulheres com atenção pré-natal de qualidade do que os menos vulneráveis. Esses achados estão alinhados com a teoria da interseccionalidade de que opressões interseccionais criam situações de “duplo risco”, onde as gestantes precisam navegar simultaneamente por múltiplas fontes de opressão.

Segundo os organizadores do evento, as consequências a longo prazo das condições de parto e nascimento têm sido negligenciadas na agenda de saúde materna global. O webinar dará especial atenção a essas condições, além de explorar o uso das abordagens inovadoras para lidar com as desigualdades em saúde materna e enfrentar a mortalidade materna global, em alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).