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Psicologia e Terapia Ocupacional mudarão serviços para o Amílcar Gigante

Um enorme ganho acadêmico e assistencial. Assim pode ser classificada a mudança de laboratórios, de serviços de atendimentos e de projetos de extensão dos cursos de Psicologia e de Terapia Ocupacional da UFPel para o Centro de Pesquisa em Saúde Amílcar Gigante. As atividades funcionam hoje de forma precária ou ainda nem existem nas instalações da Faculdade de Medicina, na avenida Duque de Caxias. Os setores ocuparão a área usada pela Hemodiálise da Santa Casa, que está deixando o local.

A área total que está sendo liberada pela Hemodiálise, situada no térreo do Centro de Pesquisa, localizado na Deodoro, 1160, corresponde a cerca de 830 metros quadrados. São 25 salas para atividades específicas de atendimento ou ensino, sem contar espaços de apoio e banheiros, entre outros.

A mudança vai começar ainda durante o primeiro semestre e até o fim do ano todos os setores devem funcionar no novo endereço. “Vamos manter a característica do local, de assistência, e com um grande ganho para as unidades e para o público”, festeja o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade, Otávio Peres.

O diretor da Faculdade de Medicina, unidade à qual estão vinculados os cursos, Marcelo Capilheira, também contabiliza avanços com a mudança. “É um grande passo. Primeiro na área acadêmica, pois passaremos a oferecer uma formação mais completa. É uma antiga reivindicação dos cursos, que atuarão em áreas físicas adequadas ao atendimento de suas necessidades e características. E também assistencial, pois atenderemos melhor ou passaremos a atender áreas ainda carentes na cidade, como de Saúde Mental e de Reabilitação”, afirmou.

Psicologia

As clínicas da Psicologia, conforme a coordenadora do curso, Airi Sacco, deverão, com a mudança, mais que dobrar o atendimento. Hoje são cerca de 1,3 mil por ano e a expectativa é de que cheguem a três mil, somente as consultas individuais, tudo pelo SUS. “Hoje cada aluno atende a três pacientes por semestre. Lá deverão ser oito”, disse a professora. Existem ainda os atendimentos em grupos. A projeção é que o número total, em todas as modalidades, passe dos atuais quatro mil para seis mil atendimentos ao ano.

Espaços específicos para crianças e adolescentes e de acolhimento psicológico deverão ser criados no novo endereço. Entre os projetos que serão beneficiados com a mudança, está o Diz Aí, atividade feita em conjunto com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), voltado à escuta terapêutica e ao diálogo sobre temas como as violências racial, de gênero e de sexualidade. Hoje o projeto não tem uma sede fixa para seus encontros, o que deve ser solucionado com a ida para o Centro de Pesquisa, inclusive aumentando sua capacidade de atendimento.

Na Psicologia, são 60 estudantes dos dois últimos semestres que atuam nos atendimentos, mas há estagiários, desde o terceiro semestre, nos projetos e serviços.

Terapia Ocupacional

Uma extensa gama de serviços e laboratórios do curso de Terapia Ocupacional será beneficiada com a mudança, tanto em termos acadêmicos, para o ensino, pesquisa e extensão, quanto assistenciais, com ganhos para a comunidade.

Um dos projetos destacados pela coordenadora do curso, Cynthia da Silva, é o que atende crianças com problemas de desenvolvimento. Hoje são 40 crianças atendidas, mas há uma fila de espera de 120 crianças e a expectativa é que nas novas instalações esta demanda possa ser atendida. Além disso, a ideia é passar a atender também adultos, que hoje têm uma atenção reduzida, e idosos, recebidos atualmente somente nas unidades básicas de saúde. “Lá poderemos ter um serviço contínuo”, pontua a coordenadora.

O laboratório de órteses e próteses vai passar, na nova casa, a atender diretamente o público. No setor são feitas órteses e próteses de membros superiores, como dedos, mãos e punhos. Outro laboratório que passará a atender o público será o de Atividades de Vida Diária, onde o paciente, num ambiente simulado de residência, é treinado para retomar a rotina da vida. No Centro de Pesquisa, conta a professora Cynthia, deverá ser criado o Laboratório de Integração Sensorial, serviço que ainda não existe na cidade.

Para se ter uma noção do benefício acadêmico que resultará da mudança, são 185 estudantes de Terapia Ocupacional que atuam nos laboratórios e serviços. A ideia é poder oferecer os serviços pelo SUS. Para tanto é pensado um convênio com a Prefeitura de Pelotas.