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Projeto cria memorial para professores titulares

A gestão da Universidade Federal de Pelotas iniciou um projeto de extensão, coordenado peloa professora Lúcia Peres, em parceria com a pró-reitora de Extensão e Cultura, Francisca Michelon, com o intuito de valorizar a memória das pessoas que atuaram ou ainda estão atuando no serviço público.

Para tanto, foi aberta uma coleção no Guaiaca, que cria uma comunidade para receber e disponibilizar os memoriais de docentes, que foram aprovados pelas bancas no processo de promoção para a classe E – professor titular.

O projeto leva em consideração que a biografia profissional dos servidores constitui-se num importante componente para a memória da Instituição. Neste sentido, aqueles membros da comunidade acadêmica que desejarem ser narradores e os docentes personagens de suas suas próprias histórias podem encaminhar texto em PDF para o e-mail memoriadostitulares@ufpel.edu.br .

Conforme a professora Lúcia, importa ainda ressaltar que as narrativas referentes ao trajeto de trabalho e formação refletem o modo como os seres humanos experienciam o mundo (CONNELLY; CLANDININ,1990; JOSSO, 2004;  MOMBERGUER, 2008). “Neste projeto, a vida e o trabalho”, diz ela. Esta noção geral, anota a docente, pode ser transpostada para a concepção que vê a educação e o trabalho como a construção e (re)construção de histórias pessoais, sociais e instituicionais.

Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.

Em cofre não  se guarda coisa alguma.

Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro.

Do que pássaros sem voos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema:

Para guardá-lo:

Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:

Guarde o que quer que guarda um poema:

Por isso o lance do poema:

Por guardar-se o que se quer guardar.

Antônio Cícero