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Resultados da pesquisa da Andifes sobre os estudantes nortearão políticas na UFPel

Fachada do Anglo com estudantes na frente do prédioA UFPel tem em mãos um excelente instrumento indicativo para a construção de políticas e ações institucionais. A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) entregou à Universidade os resultados locais e nacionais da pesquisa de perfil socioeconômico e cultural dos graduandos das Ifes, realizada em 2018 em todo o país, inclusive na UFPel.

Para o vice-reitor da Universidade, Luís Amaral, os resultados auxiliarão fortemente a UFPel na definição de suas políticas de cumprimento das missões institucionais, que são o Ensino, a Pesquisa, a Extensão e o Desenvolvimento Regional.

“Poderemos ver também as relações existentes entre os perfis dos estudantes e os dos cursos, além de trabalhar melhor políticas como as de ingresso, de assistência e de atenção às demandas regionais”, observou o vice-reitor.

O pró-reitor de Assistência Estudantil, Mário Azevedo Júnior, diz que os resultados do trabalho ressaltam a importância do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) e das políticas próprias da UFPel neste setor, responsáveis por serviços como transporte de apoio e restaurantes universitários, usados por quase a totalidade dos alunos. “E ganham ainda mais importância quando levamos em conta a informação de que dois terços dos estudantes estão nos estratos sócioeconômicos mais frágeis”, sublinha o pró-reitor.

A pesquisa é feita desde 1996, pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace) da Andifes, com o objetivo de descrever as características médias socioeconômicas e culturais dos discentes das Ifes.

Conforme os organizadores do trabalho, a pesquisa tem cumprido relevante papel de instrumentalizar gestores envolvidos no debate e definição das políticas de assistência estudantil por meio de diagnósticos, análises, acompanhamentos e avaliações.

“O diagnóstico mais exato possível para a definição de políticas públicas e a defesa da universidade pública e da assistência estudantil dependem de um rigoroso conhecimento da realidade social existente na Universidade. Questões como quem são os públicos da Universidade, qual é a matéria prima sobre a qual ela se dirige e qual a composição social das Ifes brasileiras são importantíssimas”, ressaltam os executores da pesquisa.

O universo investigado pela quinta pesquisa, de 2018, foi composto por estudantes de cursos de graduação com matrículas ativas neste ano, nas 63 universidades federais, bem como no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais e no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, do Rio de Janeiro, totalizando 65 Ifes. A população-alvo foi de 1,2 milhão de alunos em todo o país. A UFPel representa 1,5 por cento do universo pesquisado, com 18.425 estudantes.

Resultados

Conforme a pesquisa, 79 por cento dos estudantes da UFPel são gaúchos, nove por cento paulistas e dois por cento mineiros, sendo estes os três estados de origem com maior representatividade. A idade com maior registro, mais de 11 por cento, é 21 anos. Há uma ampla maioria feminina, 61 por cento. Declararam-se heterossexuais 72 por cento, bissexuais mais de 11 por cento, homossexuais dez por cento, panssexuais mais de um por cento e assexuais meio por cento.

A maioria, 72 por cento, declarou-se branca, com 14 por cento de pardos, quase dez por cento de negros, meio por cento de amarelos e menos de meio por cento de indígenas.

Mais de seis e meio por cento disseram possuir alguma deficiência. A ampla maioria, mais de 83 por cento, é solteira, e sem filhos, mais de 87 por cento. A maior parte, 70 por cento, fez todo o ensino médio em escola pública. O Sisu/Enem é a forma predominante de ingresso na UFPel, com mais de 84 por cento de respostas neste sentido. O Pave ficou com cerca de 12 por cento de respostas. O restante disse que ingressou por convênios ou como portador de diploma ou transferência. Conforme a pesquisa, a ampla concorrência, com mais de 58 por cento, ainda supera as cotas.

A maioria dos estudantes, 51 por cento, frequenta as aulas em turno integral, cerca de 29 por cento somente no noturno e por volta de 20 por cento no diurno.

Quanto a horas de estudo semanais fora da sala de aula, a maior indicação foi de um período entre cinco e dez horas, com 37 por cento das respostas.

Quase 39 por cento dos discentes declararam participar de programas de assistência estudantil na UFPel. Disseram que têm um trabalho quase 29 por cento dos alunos.

A pesquisa abordou ainda inúmeros temas, como indicadores sócio-econômicos das famílias dos estudantes, moradia, participação em movimentos estudantis, políticos, sociais ou religiosos, estudos de línguas, hábitos culturais, mobilidade urbana, uso das bibliotecas, prática de atividades físicas, uso de drogas lícitas e ilícitas, dificuldades que interferem na vida acadêmica, presença de assédio e o quê pretende fazer depois de formado.