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UFPel participa de forma inédita da Abertura da Colheita do Arroz

Desde quarta-feira (20), a Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, instituição vizinha ao Campus Capão do Leão da UFPel, é a vitrine para a produção do arroz brasileira, uma das principais atividades econômicas da região de Pelotas: é a 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz. E, pela primeira vez, esta edição conta com a participação de uma universidade enquanto expositora nas áreas de vitrines tecnológicas, a Universidade Federal de Pelotas.

Baseado na temática proposta para este ano, de diversificação da matriz produtiva, o espaço, liderado pela Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, abordou aspectos da produção da soja em terras baixas, como alternativa ao arroz. As visitas à lavoura experimental levavam cerca de cinco minutos e faziam parte do roteiro proposto pela organização do evento.

Os professores Felipe Selau e Tiago Pedó, respectivamente dos Departamentos de Solos e Sementes da faculdade, exploram, em sua fala, estratégias de manejo de correção e fertilidade dos solos associadas ao uso de sementes de qualidade para a obtenção de lavouras de maior produção, em especial nos terrenos de várzea, como os encontrados na região de Pelotas.

“Trabalhamos com conceitos básicos, antigos, mas que caem no esquecimento”, explicou Selau, ao dizer que muitas vezes a abundância de informações às quais o produtor tem acesso podem não ser eficientes. Segundo o docente, a adoção da soja traz tanto benefícios econômicos quanto agronômicos para os produtores de arroz: quem realiza a essa rotação de culturas tem em suas lavouras uma redução de plantas daninhas, pragas e doenças e ainda verifica uma melhoria no solo; além disso, a produção do arroz no ano seguinte pode crescer entre 10% e 15%.

A rotação de culturas é um dos focos de pesquisas realizadas no Centro Agropecuário da Palma nos últimos anos. Os investigadores pretendem estudar a introdução de diversos cultivos em áreas de terras baixas como alternativa para esse revezamento: soja, milho, feijão, trigo e cevada. Segundo o professor Pedó, esse é um trabalho em longo prazo, pois seriam necessários cerca de 10 anos para o início de resultados mais consolidados.

Contato direto

A presença da UFPel como expositora em um evento de grande magnitude como esses – a Abertura Oficial da Colheita do Arroz é o maior evento da orizicultura na América Latina – reforça a vocação universitária à extensão. “O produtor pode nos ver nessas oportunidades”, diz Pedó.

O professor Nathan Vanier, do Laboratório de Grãos da Universidade, também vê a presença da instituição no evento dessa forma. “O agricultor não vai ler revistas internacionais de pesquisa”, explica. Por isso, vê esse contato direto como uma forma de ter um diálogo mais efetivo com quem lida diariamente com questões tratadas na academia. Um dos materiais distribuídos no estande é voltado para boas práticas na pós-produção do arroz, em especial para evitar a presença de resíduos de fungicidas.

O Labgrãos, juntamente a outros setores, como o Laboratório de Grãos, o Laboratório de Biossementes, o Centro de Herbologia, o Centro Tecnológico de Plantas de Lavoura e a Empresa Junior do curso de Agronomia ECAPE, foram responsáveis por manter o estande da UFPel na área destinada aos expositores, outro ponto de presença no evento. Também no estande era possível obter mais informações sobre a construção do memorial dedicado à história da FAEM. Para arrecadar recursos para isso, está sendo vendida no local uma cerveja comemorativa aos 135 anos da faculdade, produzida com malte de arroz.

Homenagem

A Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel também foi uma das homenageadas pelo prêmio Pá de Ouro, tradicionalmente distribuído durante a Abertura da Colheita a pessoas e empresas que estão trabalhando em soluções para o setor arrozeiro do Estado. A Pá de Ouro entregue à FAEM foi pelo seu destaque na área do Pioneirismo e foi recebida pelo diretor da unidade, Dirceu Agostinetto.