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Departamento de Ecologia, Zoologia e Genética estuda comunidades de aves da região

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está desenvolvendo um promissor projeto de pesquisa, que vem sendo desenvolvido desde 2014 e foi prorrogado por mais quatro anos. Trata-se de uma pesquisa que tem por objetivo quantificar e classificar relações evolutivas e funcionais de comunidades de aves campestres e de áreas úmidas do extremo Sul do Brasil. O professor Rafael Antunes Dias, do Instituto de Biologia da UFPel, está à frente da iniciativa.

Para os leigos, o título da pesquisa pode assustar. Porém o projeto, intitulado “Estruturação Taxonômica, filogenética e funcional de comunidades de aves campestres e de áreas úmidas do Sul do Brasil” tem extrema relevância para a manutenção de ecossistemas na região.

A pesquisa trabalha com ecologia de comunidades. Dias explica que comunidades são grupos de espécies que compartilham um mesmo lugar. “Um conjunto potencial de espécies em comunidades pode ser identificado em locais, em quantidades ou formas distintas”, aponta o professor ao explicar que as comunidades podem ser classificadas quanto à quantidade de indivíduos em relação ao número de espécies, às funções que essas espécies desempenham dentro destas comunidades e, ainda, quanto à evolução dessas espécies em relação aos locais onde estão inseridas e como se estruturam.

E quais seriam as aplicações práticas desta pesquisa? Que benefícios ela pode trazer? Dias exemplifica com uma das linhas de pesquisa do projeto. “Nossa região é formada por campos, que sofrem grande ameaça de devastação devido à exploração agrícola e pecuária. A criação de gado pode ser compatível com a conservação do campo, basta o proprietário conhecer como a atividade pecuária afeta as comunidades de aves” explica.

Conforme o projeto, conhecendo a funcionalidade das espécies pertencentes a cada comunidade, é possível contribuir para a manutenção dessa biodiversidade. Por exemplo, é possível verificar diferenças na composição de espécies que vivem em cada tipo de campo, o número de espécies que comem sementes nos campos altos ou que comem insetos nos campos baixos e recomendar ao pecuarista a melhor maneira de manejar esses campos a fim de qualificar, inclusive, a qualidade do produto oferecido e agregando valor ao seu animal dentro do campo.

Atualmente, esse projeto de pesquisa tem dois Trabalhos de Conclusão de Cursos finalizados, três bolsistas de iniciação científica, três estagiários profissionais e dois bolsistas de iniciação ao trabalho (com perspectiva de chegada de mais um a partir do semestre que vem) e três alunos de mestrado. O projeto também recebe contribuições da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a qual o professor tem vínculo, e também do curso de Gestão Ambiental em parceria com o professor Giovanni Maurício.

O projeto de “Estruturação Taxonômica, filogenética e funcional de comunidades de aves campestres e de áreas úmidas do Sul do Brasil” faz parte do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Departamento de Ecologia, Zoologia e Genética do Instituto de Biologia. Outras informações podem ser acessadas neste site ou pelo telefone (53) 3275-7340.

Publicado em 01/07/2016, na categoria Notícias.