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Projeto Memória e Reflexão promove evento sobre os 40 anos do Golpe militar e a Operação Condor

A Coordenação de Arte e Cultura (CAC) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPel, com apoio do Consulado do Uruguay em Pelotas  e restaurante Mercado Del Puerto, promove no próximo dia 28 de junho, o evento Uruguay – 40 años del Golpe Militar y La Operación Condor. O evento, que tem entrada franca, é o primeiro encontro do projeto Memória & Reflexão. O evento será realizado às 19h, no Auditório da Faculdade de Direito da UFPel.

Atuarão como debatedores Lilian Celiberti, José Mitchell e Renato Della Vechia. A mediação será do professor Luis Rubira.

Operação Condor

Também conhecida como Carcará, no Brasil, a Operação Condor foi uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do SulBrasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai – criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras e eliminar líderes de esquerda instalados nos seis países do Cone Sul.

Montada em 1975 por iniciativa do governo chileno, a Operação Condor durou até a onda de redemocratização, na década seguinte. A operação, liderada por militares da América Latina, foi batizada com o nome do condor, abutre típico dos Andes que se alimenta de carniça, como os urubus. Estima-se que a Operação Condor resultou em mais de 400 mil torturados e 100 mil assassinatos.

Currículos

mitchel.jpg Jose Mitchell foi o primeiro jornalista a denunciar no Brasil e no exterior o sequestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Diaz, em Porto Alegre, em 1978. Foi uma ação típica da Operação Condor, o plano das ditaduras militares da América do Sul para o sequestro, tortura e morte de refugiados políticos em outros países. Escreveu mais de mil matérias sobre o caso. Há dois anos comprovou o comando da operação pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), com participação do exército, Polícia Federal e Secretaria de Segurança.

Carioca, formou-se em jornalismo pela UFRGS e trabalhou no jornal Diário de Notícias, rádio Universidade e Zero Hora. Foi repórter do jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, o mais importante jornal brasileiro da época, onde trabalhou 30 anos. Depois, por mais de 10 anos, ficou na RBS TV, como pauteiro do RBS Notícias, Jornal do Almoço e Bom Dia Rio Grande. Entre os vários prêmios que ganhou está o primeiro lugar no concurso nacional de investigação jornalística com um caderno de oito páginas sobre irregularidades, mordomias e privilégios no Poder Judiciário.

lilian.jpg Sequestrada juntamente com o marido Universindo Diaz e os filhos Camilo e Francesca, em 1978, Lilian Celiberti, é uma das figuras centrais do episódio com maior reconhecimento internacional, envolvendo a Operação Condor, numa colaboração entre as ditaduras do Uruguai e Brasil, mais tarde conhecida como “O sequestro dos uruguaios”. Nesta ocasião, sob consentimiento do regime militar brasileiro, altos oficiais do exército uruguaio viajaram clandestinamente a Porto Alegre e ali  realizaram o sequestro.

O caso ganhou repercussão e hoje Lilian viaja pelo mundo revelando os meandros da operação. Sua notoriedade levou-a a ocupar inúmeros cargos como a coordenação do Centro de Comunicación Virginia Woolf, a co-coordenação da Articulación Feminista Marcosur, a co-coordenação del Taller Internacional de la Universidad Popular de los Movimentos Sociales, a coordenação do programa “Empowering women to fight against inequalities, dentre outros, além de ser chamada a participar de eventos políticos e sociais em toda a América Latina e escrever dezenas de artigos em publicações diversas.

Renato Della Vechia é sociólogo, doutor em Ciência Política pela UFRGS, professor do PPG em Políticas Sociais da UCPel, coordenador de Extensão da UCPel, fundador do Instituto de Estudos Políticos Mário Alves (IMA) e membro do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Pelotas e Região.

 

 

 

Publicado em 21/06/2013, na categoria Notícias.